Mini Folares - Celebrar a Páscoa # 2

 Manda a tradição que no Domingo de Páscoa, as madrinhas e os padrinhos ofereçam aos seus afilhados um Folar, como símbolo da sua amizade e retribuição pelas flores recebidas no Domingo de Ramos.

Esta partilha já tão enraizada na tradição portuguesa pascal, tem origens muito antigas, cuja lenda invoca a história de uma devota rapariga de uma aldeia cujo maior desejo era casar em breve.

A sua grande devoção a uma santa proporcionou-lhe a súbita vinda de dois pretendentes, um pobre lavrador e um fidalgo, que logo a pressionaram a tomar uma decisão no Domingo de Ramos que se aproximava.

Chegado o dia, os dois jovens envolveram-se num duelo de morte e a pobre rapariga apenas teve tempo de soltar num grito o nome do pobre lavrador.

Na véspera do Domingo de Páscoa, a rapariga continuava atormentada com a possibilidade de novo duelo entre o seu noivo e o fidalgo voltando-se, mais uma vez, para a oração e, ao que parece, a sua Santa sorriu-lhe.

No dia seguinte, após ter ido colocar flores no altar da sua eterna confidente, a rapariga encontrou no regresso a casa um bolo em cima da mesa, coberto com ovos e envolto nas flores que acabara de colocar no altar. Não só ela, mas o seu noivo e o seu rival também tinham nas suas mesas o mesmo bolo, o que levou à rapariga a pensar que tinha sido obra da sua Santa.

E foi assim que o folar, inicialmente denominado de folore, passou a ser símbolo de amizade e reconciliação durante as festividades da Páscoa.

Com muitas variações de norte a sul do País, doce ou salgado, com ou sem ovos, o certo é que o Folar é uma presença obrigatória em todas as mesas de Páscoa das famílias portuguesas, feito por mãos experientes que trabalham carinhosamente este pão tão característico e tão nosso.

Esta foi a primeira vez que experimentei uma receita de Folar, que possui um forte sabor a canela e erva-doce muito apreciado cá em casa.

Espero que gostem!

(fonte da Lenda do Folar da Páscoa - Infopédia)

MINI FOLARES DE CANELA E ERVA-DOCE

ingredientes (para 4 folares pequenos)

4 ovos cozidos com casca

50g de fermento de padeiro fresco

2 dl de leite

2 ovos + 1 gema para pincelar

750g de farinha

200g de açúcar

2 c.chá de canela

1 c.chá de erva-doce

100g de margarina

preparação

1. cozer os 4 ovos em água temperada com sal e deixar arrefecerem, mantendo a casca (quem quiser os ovos mais escuros, incluir na água casca de cebola)

2. num tachinho, aquecer o leite até ficar morno (não quente, senão mata a leveduras) e dissolver o fermento padeiro, mexendo bem

3. à parte, bater os ovos com uma vara de arames e misturar o preparado de leite e fermento

4. numa taça, misturar a farinha com o açúcar, a canela e a erva-doce

5. abrir um buraco no meio e acrescentar a margarina bem amolecida e a mistura de ovo

6. amassar bem durante alguns minutos, até todos os ingredientes estarem bem ligados

7. tapar com um pano e um cobertor e deixar levedar durante uma hora (ou até a massa ter duplicado de volume), num local quente e sem correntes de ar (nos dias mais frios, costumo colocar a massa a levedar junto ao forno ligado e com a porta-semi-aberta)

8. decorrido este tempo, colocar a massa numa bancada de trabalho polvilhada com farinha e, com as mãos também enfarinhadas, moldar 4 bolas

9. colocar as bolas num tabuleiro forrado com papel vegetal e polvilhado com farinha e, em cima de cada uma, colocar um ovo, pressionando o centro para encaixar

10. cobrir com um pano e deixar levedar mais 20 minutos

11. retirar o pano, pincelar a superfície dos bolos com a gema batida e levar ao forno, a 200ºC, durante cerca de 15 a 20 minutos, consoante gostem dos folares mais húmidos ou mais bem cozidos

12. deixar arrefecer completamente numa grelha e embrulhar em papel vegetal, decorado a gosto.

13. oferecer aos afilhados e a outros também

Até ao próximo post!

nota: Encontram mais ideias e sugestões de Páscoa aqui!